Realeza Sem Coroa
Realeza sem Coroa
É tudo um frontispício!
A barriga do rei sempre a crescer,
Mas a plebe a emagrecer.
Ó rei! Com todo o respeito
O povo lhe manda ir à mer...
A mercadoria está cada vez mais cara,
E mascara um plebeu normal,
Tornando-se-lhe...
Meu Deus!...
Um dos seus ó rei!...
Sua majestade quem nos vai defender
Se todos os nossos da linha da frente
Tornam-se seus lambe botas?
Ó majestade!
Estais apodrecendo as pouquíssimas batatas
que de nós restou,
Não aspiramos ser farinhas do seu saco,
Já estamos de saco cheio;
Cheios de tanta cólera,
Até o reino inteiro nos cheira mal
Tal como o seu rei.
É tudo um frontispício,
Um rei que nos pisa
Sem temor,
Um rei cego
Às necessidades do povo.
Rei? Qual rei? Qual realeza?
Perdeu-se a coroa
Há um ano luz,
Apenas remanesceu-lhes
A ditadura,
Tanto absolutismo,
Nem um soluço
A plebe pode soltar.
Apoiamos um,
Talvez seja plebeu
Bem, parecia ser um merengue
Mas não, talvez não.
Não está só ele a nos ludribiar
Amoldando-se aos padrões
Da alta filosofia?
Acautelemo-nos todos nós da plebe!
Paremos de chorar,
E vamos raciocinar.
Calma rei!
É apenas um raciocínio,
Sim! O uso correcto da razão,
Não para bater com pão,
Nem tocar com a mão,
Não queremos manchá-la,
De modo algum!
Sua majestade socorro!
Já sabemos que é inútil
Dizer essas palavras
Numa época que não é para chover,
Chover?
Sim! Chuvas de Votos.
Já que somos como formiguinhas
Ante esse reinado,
Juntemo-nos
E vamos picar todos eles,
Não acham?
Chega de ser pisados!
No levantar do domingo
Estando todos na igreja,
Em pleno culto
Diz o santo padre:
"Respeitai o vosso Rei!"
"Ó povo plebeu!"
Contestou um plebeu dizendo:
"Padre vai à mer... A mercadoria
Está cada vez mais cara... Lixa-se
O seu sermão"
E aplaudiu o povo inteiro o seu plebeu.
Ó povo! Levantai povo!
Vamos raciocinar todos em pé,
Com a mão direita no queixo
E a esquerda suportando-a,
Essa é a posição de um pensador.
Calma rei!
Apenas estamos raciocinando
Sim! O uso correcto da razão.
Em marcha à mudança,
Não iremos com cavalos,
Nem com espadas e escudos,
Nem com flexas e lanças,
Nem tão pouco
Com dardo inflamados,
Iremos apenas
Com a posição de um pensador,
Pensando a sua nação.
Calma! Ó sua majestade!
É apenas um monte de plebeus
Pensando na posição certa.
No livro de histórias,
Folharão não vendo mais lagrimas,
Verão raciocínios,
Verão a razão falando com míseros plebeus.
A sua majestade não chora!?...
Óh sua majestade não se alarma?...
Calma rei!
Calma rei!
Calma rei!
É apenas um monte de míseros plebeus,
Pensando na posição correta.
About this poem
O poema faz uma crítica ao modo de governação referente ao actual governo angolano.
Font size:
Written on 2024
Submitted by kuini_e on April 12, 2024
- 2:44 min read
- 6 Views
Quick analysis:
Scheme | a Baa caaxxba acb cbcdxaxa Bbade b abbafda fgxd abe gaa AxDddxf a xbaab bcbbfb dxcaagcabdg exbha AcD hbbbdbbad cbc bbbb afAAAbc |
---|---|
Closest metre | Iambic tetrameter |
Characters | 2,635 |
Words | 547 |
Stanzas | 22 |
Stanza Lengths | 1, 3, 7, 3, 8, 5, 1, 7, 4, 3, 3, 7, 1, 5, 6, 11, 5, 3, 9, 3, 4, 7 |
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"Realeza Sem Coroa" Poetry.com. STANDS4 LLC, 2024. Web. 29 Apr. 2024. <https://www.poetry.com/poem/185196/realeza-sem-coroa>.
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